De volta ao passado
Como citado anteriormente, The Godfather, se baseia no filme de mesmo nome, trazendo uma grande responsabilidade em suas costas. Lançado em 2006, para PS2, Xbox e PCs, o game não se decepciona. A EA segue o mesmo conceito “sandbox” criado por Grand Theft Auto, tendo uma New York dos anos 40 inteira para ser explorado, seja para fazer missões, missões bônus ou simplesmente causar o caos. A cidade é dividida em quatro bairros: Little italy, Brooklyn, New Jersey, MidTown e Hell’s Kitchen, todos estão dominados pelas diversas facções existentes no jogo, entretanto na medida que você vai avançando no game, você pode tomar todos eles para o seu controle.
Seja leal a família!
O jogo começa com o pai do seu personagem sendo morto por uma facção rival, a partir daí sua mãe pede a Don Corleone para cuidar de você. Portanto, já na vida adulta você começa a fazer diversos trabalhos para a família e como o roteiro é adaptado (já que você controla Aldo, um homem que não tem nenhuma citação no filme) você poderá viver mais uma vez, cenas gloriosas do longa metragem como a cena do cavalo ou a morte de Sonny. Assim, ao passar do tempo você vai ganhando respeito com seus comparsas, subindo de cargo, até chegar ao maior posto de Don.
Lindo dia para trabalhar!
A primeira impressão que você terá de The GodFather, serão os gráficos. E é impressionante que os loadings são quase inexistentes: Marcam presença somente no início do game e quando você começa alguma missão. Tudo está muito bonito no game: A cidade (observe papéis voando, por exemplo, quando um carro passa), os personagens, que por sinal estão realmente parecidíssimos com os atores do filme, na voz e no físico, além do seu, que é totalmente personalisável. O único ponto negativo nesse quesito é quanto ao ator Al Pacino, que não cedeu suas imagens para o game, sua falta é extremamente sentida. Outra coisa realmente irritante são os imóveis e carros: Todos os modelos são extremamente repetitivos, sim TODOS. Todos os prédios são do mesmo jeito, todas as casas são do mesmo jeito. Quanto aos carros, existem somente uns quatro ou cinco modelos: O menor que corre rápido, o modelo comum (típico dos anos 40), a caminhonete e os caminhões. Só. Faltou capricho da EA nessa parte.
Prepare seus ouvidos
A trilha sonora, como já era de se esperar, é excelente, os temas do filme estão presente do início ao fim, somente nos momentos de ação que ela dá um tempo para a entrada de uma trilha mais tensa. Já os efeitos são bem discretos, cumprem o seu papel sem muito destaque maior.
“I gonna make him an offer he can't refuse!”
Os tiroteios e combates do game foram bem trabalhados: Aldo pode se esconder atrás de paredes, mirar em qualquer parte corpo do inimigo (com efeitos diferentes para cada parte) e dar uma bela surra em seus inimigos com os diferentes golpes existentes no game, todos são executados com o analógico direito e é impressionante que a mecânica funciona mesmo, podendo golpear alguns infelizes contra a parede, dar uma joelhada etc. Tudo isso dá um destaque ainda maior para um ponto inovador do título. Entretanto, um erro bobo, na minha opinião, foi não dar a habilidade ao protagonista para atirar de dentro do carro, isso evitaria a perda de muitos pontos de vida.
Para alcançar os 100% em Godfather, existem muitos objetivos no game, como extorquir todos os comércios e trazê-los para o seu poder, encontrar todos os collectibles (são nada mais que pequenos rolos de filme, que destravam algumas cenas reais do Poderoso Chefão original). Contudo, como citei, esses desafios vão se tornando extremamente repetitivos, ainda mais no final, quando você já está poderoso, o que não o incentiva a fazer mais alguma coisa.
Bom trabalho!
The Godfather, é um ótimo jogo, quebrou um pouco o conceito de filme = game ruim. Possui um bom conteúdo que poderá te prender até por volta de 11 horas, só fazendo o necessário para terminar o game. O título cai num erro chato, que o evitou de ter sido um jogo perfeito, a repetitividade. Entretanto, ele vale sua atenção ou pelo menos uma locação, para rever mais uma vez essa grande obra que o cinema proporcionou.
FINISH HIM!
Diversão: 9,3
Jogabilidade: 9,0
Gráficos: 9.2
Som: 8
Enredo: 9
Nota Final = 9.4
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Curiosidades
- O filho de Mario Puzo processou a Paramount, acusando a produtora de não pagar à família os direitos inerentes à passagem para jogo do universo de “O Poderoso Chefão”. Anthony Puzo exige uma indenização de 1 milhão de dólares, devido à quebra contratual. Mario Puzo, falecido em 1999, deixou uma vasta obra literária, entre a qual destaca-se “O Poderoso Chefão” e respectivos argumentos da trilogia cinematográfica, com estes últimos a serem da co-responsabilidade de Francis Ford Coppola.
- Algumas vozes de Marlon Brando (Don Vito Corleone), são de gravações originais e outras de um imitador, pois o ator passava por sérios problemas de saúde que levaram a sua morte em 2004.
- As críticas para o game foram muito boas, entretanto, Francis Ford Coppola (o diretor da trilogia) criticou muito o game dizendo que os produtores, estavam lucrando com o sucesso de seu filme.