Ridge Racer Type 4 – com belos visuais, clássico de corrida do PSOne era diversão arcade garantida!
Antes da Sony lançar seu “Gran Turismo” para Playstation, games de corrida, sejam eles arcades ou simuladores, tinham um rei supremo: Ridge Racer.
Começando sua história nos fliperamas, “Rigde Racer” foi a primeira conversão decente de um game originalmente criado para arcades em um console caseiro, que diga-se de passagem era a cria novata da Sony, o Playstation.
A partir deste momento nenhum outro game de corrida havia feito frente a ele, ou mesmo ameaçava fazê-lo, pelo menos em um console. Até que veio Gran Turismo.
Era drástica a diferença entre o game da Sony e o game da Namco. Não apenas no visual, que em Gran Turismo é bem mais realista e vistoso, mas em especial na jogabilidade, que enquanto em Ridge Racer é focada na diversão, em Gran Turismo no realismo. A soma destes fatores fizeram Gran Turismo tomar o reinado de Ridge Racer de maneira quase instantânea.
Provavelmente nada contente com ocorrido, eis que a Namco anuncia um outro game da série Ridge Racer. Desta vez a promessa era que o visual fosse bem mais realista que o de seu rival. Tal visual, aliado a jogabilidade arcade descompromissada e divertida, eram as armas que este novo Ridge Racer apresentaria para retomar seu lugar como o melhor game de corridas.
E assim nasceu Ridge Racer Type 4, vulgo R4. Se ele conseguiu ou não recuperar o seu titulo de melhor game de corrida na época? Isso depende do gosto do freguês. O que vou mostrar aqui é se ele era tecnicamente superior a Gran Turismo ou não.
Tudo “de mentirinha…”
A primeira coisa a ser notada no game, desde a apresentação, são as marcas dos carros envolvidos. Não existem marcas de automóveis reais no game. Assim como em seus antecessores, R4 apresenta suas próprias criações automobilísticas. Se por um lado isso gera um sentimento de “desleixo”, por outro cria o clima de diversão totalmente arcade, o que para os antigos fãs da serie é perfeito.
Tais criações se encontram divididas em quatro fabricantes de carros apresentadas no game. São elas: a ASSOLUTO, a LIZARD, a TERRAZI e a AGE SOLO. A escolha entre estas fabricantes influencia tanto na jogabilidade de cada veiculo, assim como no design destes.
Outro fator que influencia nesses aspectos supra citados é a escolha da equipe para qual o seu corredor no game (você) disputará o campeonato mundial. Assim como nas fabricantes, existem quatro equipes a escolha do jogador: a PAC RACING CLUB, a RT SOLVALOU, a RC MICRO MOUSE TEAM e a DIG RACING TEAM.
Devido a esta flexibilidade de escolha, mais os carros extras e a opção de criar seus veículos, o game apresenta uma lista de 300 automóveis no total. Um número considerável para a época. Infelizmente dois fatores atrapalhavam que tal fato fosse mais impressionante do que o era.
O primeiro é a impossibilidade de ter todos os caros sem o Pocketstation. Isso é horrível, pois o aparelho nunca foi um sucesso, sendo um patinho feio da família “Station”. Eram raríssimas as pessoas que podiam ter todos os carros, em especial no Brasil.
A segunda era que apesar de certos carros especiais serem muito interessantes a um ponto de vista de design, a maioria esmagadora destes 300 veículos eram muito parecidos, com uma coisinha ou outra somente os diferenciando.
Faltou aí um pouco de criatividade por a Namco. Por isso mesmo, mesmo com um número de carros menor, Gran Turismo deu uma lavada em R4, pois além de serem mais diversificados, seus automóveis eram baseados em carros reais. O simples fato de não o serem em R4 dava-lhe a obrigação de maior diversidade, o que na prática não aconteceu.
Só isso?!
Uma coisa que todo bom game de corrida deve ter são numerosas e criativas pistas, afinal de nada adiantam carros super velozes e furiosos se não houver um bom lugar para despejarem toda sua potência.
R4 apresenta uma boa criatividade nas pistas, seguindo o padrão da série de serem sempre dentro de uma cidade criada especialmente para o game. Além de serem bem mais belas, as pistas são muito mais desafiadoras e variadas neste game.
Entretanto, também seguindo um padrão da série, existem poucas pistas a serem escolhidas, apenas oito na verdade. Muita gente vai chiar falando que na verdade são 16, mas as versões das oito principais pistas ao contrário não podem ser consideradas pistas diferentes.
Se comparado a Gran Turismo que tem “trocentas” pistas a disposição, entre elas pistas fictícias e reais, R4 leva mais um couro neste aspecto. Na verdade, não sei afirmar porque a Namco fez isso, afinal, estava na cara que este número era muito pequeno…
assista a bela intro do game abaixo
Bonito sim, realista não!
Uma coisa bem irônica acontece com R4: O game realmente é muito belo, mas não é realista.
Nem eu mesmo sei explicar direito o que esta frase representa, mas o que eu poderia dizer é que”Ridge Racer 4 tem um visual muito bem trabalhado, automóveis e pistas com um bom nível de detalhes, além de ser um game que para a geração que saiu a constantes 30 fps e que tem uma boa sensação de velocidade.
Entretanto, não consigo olhar para R4 e ter o mesmo efeito de quando olho uma tela de Gran Turismo. Não consigo descrever o porquê disso, simplesmente não consigo ver em R4 o mesmo nível de realismo de Gran Turismo, apesar de serem ambos muito belos.
Talvez isso ocorra pois R4 é um game que tem suas raízes tão arraigadas ao modo arcade de ser, que isso me ludibrie à atenção da única coisa nele que pode ter um sendo real, seu visual. Ou é isso, ou a Namco fez algo com o visual de R4 que nem ela sabe dizer como ou o que fez.
Falando na Namco, vê-se no próprio R4 que ela sempre soube extrair praticamente o máximo no aspecto visual dos consoles para os quais produz games. Foi assim com o PSX com Ace Combat 3, assim também com o Dreamcast emSoul Calibur e foi assim com o PS2 com o recente Ace Combat Zero.
E claro, não podia deixar de falar da maravilhosa abertura, que mesmo para os padrões de hoje está muito bem feita, tirando o fato de ser em baixa resolução é claro. É de tirar o fôlego, e o melhor de tudo, temos a introdução da garota mais linda da série, a lindíssima Reiko Nagase. Reiko é provavelmente a garota modelada por polígonos com os dentes mais lindos do universo.
É derrapando que a gente chega lá
Característica clássica da série Ridge Racer, aqui vale mais fazer uma curva a 180 Km/h derrapando feito um louco do que fazer essa mesma curva a regulares 50 Km/h, realizando a tangência correta. Tal característica lhe dá todo o charme de ser um game de corrida arcade. É claro que em R4 a Namco não iria alterar tal fato.
Em R4, assim como nos games antecessores da série, a velocidade tresloucada e direção agressiva são o que mais valem, mesmo porque, sem isso o jogador não vai muito longe no jogo.
Para os iniciantes R4 apresenta dois tipos de carros dentre as 300 variedades de veículos existentes: os carros do gênero GRIP, que derrapam menos e são menos agressivos, ideais para os novatos; e os carros do gênero DRIFT, que são os carros mais rápidos e agressivos, ideais para quem já manja do game.
Os carros GRIP, são suficientes para ganhar corridas desde que o game esteja em seus níveis mais fáceis, mas para os níveis em que é exigido mais do jogador eles não são suficientes. Para tais níveis de dificuldade o carro escolhido deve ser do gênero DRIFT.
Poucos modos, rápidos modos
Em um aspecto em que Ridge Racer Type 4 peca feio é no fator replay, afinal são apenas dois modos de jogo que realmente valem a pena, sendo que o principal deles é muito pequeno.
O modo principal de jogo em R4 é o Grand Prix. Este se baseia em um campeonato que acontece no ano de 1999, perto da virada para o ano 2000. Aliás, um dos momentos mais interessantes de todos é na última corrida, em que o “finish” coincide com a virada do ano, com direito a fogos de artifício para comemorar e tudo mais. Entretanto este modo é muito curto. Um jogador experiente não leva quase tempo nenhum para terminá-lo, o que para um game de corrida é algo muito penoso.
O outro modo de jogo é o VS Battle, que apesar de ser em tela dividida, coisa que para época era normal, é um modo descontraído para quem quer se divertir com um amigo. Os outros modos que não o principal são: o Garage, em que se registra os carros a serem usados nos modos Time Attack (dispensa comentários) e no já citado Vs Battle.
Vale dizer que é no Time Attack que se ganha os carros mais inusitados do game, ou você não acha que um carro que tem o formato do Pac-Man não é inusitado hein?
Musica de Qualidade
Se existe um fator que R4 bate a primeira versão de Gran Turismo é na qualidade musical do jogo.
Todas as músicas aqui dão o clima furioso que um game arcade exige, em especial a música que serve de tema do game, a Urban Fragments, musica esta que é cantada por Kimara Lovelace. Kimara não é muito conhecida por aqui como Utada, mas isso não nega o fato de ela ser uma ótima cantora.
O mais interessante é que mesmo esta música pode ser selecionada como trilha de fundo durante as corridas. Ela é a faixa numero 14 dentre a listagem possível a ser escolhida antes da corrida. Entretanto, na corrida ela aparece mixada e com o nome de Movi´n Circles.
Infelizmente o mesmo não pode ser dito dos efeitos sonoros do game. O som dos motores dos carros não são nada interessantes, as batidas entre os carros produzem um som esquisito e o som das derrapagens parecem qualquer coisa, menos pneus cantando. Pisada de bola violenta da Namco neste aspecto.
Extras e curiosidades
Ridge Racer Type 4 tem um extra muito interessante. Junto com o disco do game propriamente dito, R4 tem um segundo CD que acompanha-o. Neste outro disco encontramos bônus muito legais e outros bem dispensáveis.
O primeiro dos bônus é o High Spec Ver, que é um modo que apresenta o Ridge Racer original rodando a 60 fps. Algo muito interessante, pois se alia assim a nostalgia do game original, com uma pequena “pirotecnia” moderna.
Além disso, existem versões demo de games que na época estavam para ser lançados. Óbviamente, todos estes demos eram de games da Namco. São eles: Ace Combat 3, Tales of Phantasia (versão PSX) e o game Libero Grande, um estranho futebol que consegue ser pior que Virtua Striker.
Uma curiosidade acerca de R4 foi o fato de que a Namco e a Sony terem lançado um Dual Shock especial para R4. Neste controle existe um “volante” que pode ser controlado pelo dedão esquerdo. Seu funcionamento é idêntico ao de um volante real, mas em menor escala (imagem abaixo).
Conclusão: Para quem gosta de games que passem longe da simulação, Ridge Racer Type 4 é a melhor opção que o PSX pode oferecer. Entretanto, compará-lo tecnicamente com Gran Turismo chega a ser um ultraje.
R4 não tem gabarito para ser comparado com a obra prima da simulação. Faltam opções de jogo, fator replay, visual e efeitos sonoros para isso. Enfim, falta muita coisa. É sim um game recomendado, longe de ser ruim, mas não espere algo extraordinário de R4, assim você vai se divertir muito mais com ele.
Nome: Ridge Racer Type 4
Sistema: PlayStation
Desenvolvedora: Namco
Ano de Lançamento: 1999
Nota da análise: 7/10
+ Boas músicas
+ Belíssimo visual para o nível PSOne
+ Abertura com a maravilhosa Reiko Nagase
- Efeitos sonoros ridículos.
- Muito repetitivo.
- Sem o Pocketstation não dá para completar o jogo integralmente.
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