Okami
– uma obra de arte nos videogames!
*Análise escrita no período de lançamento do game*
Okami!
É…
Parece que os games andam à passos largos em evolução artística. Vejam bem, nesta geração tivemos no mínimo três jogos que com certeza são daqueles que superam a barreira de serem somente comerciais, para se tornarem arte.
Parece que os games andam à passos largos em evolução artística. Vejam bem, nesta geração tivemos no mínimo três jogos que com certeza são daqueles que superam a barreira de serem somente comerciais, para se tornarem arte.
O primeiro é ICO, que com sua abstralidade encantou todo gamer que tem o mínimo de sensibilidade artística dentro de si. Logo após surge SHADOW OF THE COLOSSUS, da mesma equipe de ICO. Jogo esse que lista todo o senso artístico e abstrato de ICO e eleva o conceito à estratosfera. Assim como leva ao limite o pobre hardware do PS2.
Entretanto, tanto ICO, quanto Shadow of the Colossus foram games, assim como o dito, muito abstratos. Seguiram o caminho da abstralidade conceitual para se tornarem artísticos e portanto, não tinham muito apelo comercial por falta de uma coisinha, coisinha essa que os “anti esses games” usam para os atacar: a interatividade.
Não acho esses games não são interativos, pelo contrário, mas…
Faltava então um game para colocar um belo “cala a boca” nesse pessoal, provando que um game pode ser tanto artístico, quanto interativo e funcional como um game.
Não falta mais!
Apresento-lhes o game que une arte e interatividade de maneira única, e que consegue ser mais artístico e mais interativo que a maioria dos games lançados nos últimos meses.
Apresento-lhes o game que une arte e interatividade de maneira única, e que consegue ser mais artístico e mais interativo que a maioria dos games lançados nos últimos meses.
Apresento Okami.
Logo que ligamos nossos PS2 já podemos verificar uma das singularidades de Okami, o seu visual. Okami se utiliza da lendária arte da pintura oriental da época medieval, o que lhe dá um tom que se parece com um Cell Shaded, mas que vai além desse regular recurso. Tal artifício, além de deixar o game extremamente belo, une-se perfeitamente a história do game.
É uma sensação única se deixar levar pelo visual de Okami. Dos belos ambientes naturais, cheios de vida e cores alegres, até ambientes mais “darkness”, sombrios e com cores menos bufantes, o visual se destaca. É como se estivéssemos vendo telas e mais telas pintadas no Japão em sua época antiga em movimento.
Tal arte visual de Okami é tão belo e complexo, que deixa o game com cara de visual simples, por conta disso, muito leigo diz que o visual de Okam” é feio e “para game de menininha”. Bom, tem gente que acha que Shadow of the Colossus é feio, então…
A verdade é que Okami é um game que tem um dos visuais mais belos dentre todos os games do PS2 e provavelmente dentre todos os games desta atual geração de consoles.
Dentro de todo esse deleite visual existe um jogo, é claro. Como todo bom game, Okami tem uma história que apesar de inicialmente simples, se torna cativante e mais complexa com o desenrolar do game.
Em Okami tomamos o controle de Amaterasu, deusa do sol japonês, que renasce na forma de um lobo branco. Sim, Amaterasu renasce, pois voltou ao mundo um demônio que há 100 anos atrás havia sido derrotado e tal demônio deve ser detido novamente.
Esse demônio, ao voltar, traz ao mundo a desgraça e a morte, logo, Amaterasu deve derrotá-lo para trazer ao mundo a vida e a beleza novamente. Ao lado de Amaterasu uma criatura “pintada” vai à “caça ao demônio” nesta jornada. Criatura essa que serve também como porta voz de Amaterasu, seu nome é Issun.
E assim começa a lenda
Logo no inicio do game, além de se notar a beleza do visual e a suavidade da movimentação do game como um todo, Amaterasu aprende a primeira das técnicas com o “Pincel Celeste”, técnica essa que é o grande trunfo deste game, e que garante a ele uma originalidade infinita.
Tal técnica consiste no seguinte: a qualquer momento, pode se utilizar o pincel para criar ou destruir algo, ou seja, realizar alterações no cenário ou mesmo utilizá-lo para derrotar inimigos. Quando se utiliza a “arte do pincel”, o game é tomado totalmente por uma cor monocromática e o jogador passa a ter o controle do pincel. Nesse instante o jogador pode pintar na tela com o pincel, e dependendo do que pintar, uma reação diferente pode acontecer no cenário. Ou nada, se não pintar nada que faça um sentido para o sistema do jogo.
A reação causada após a pintura feita pode ser extremamente diferenciada e normalmente muito criativa, divertida e original. Por exemplo, pode-se criar uma ponte para a passagem de Amaterasu em certos locais, ou pode criar, quando estiver na água, um suporte para se ficar em pé e seco, na forma de uma folha circular, dar vida à natureza morta a sua volta. Assim como, acertar inimigos com “bombas”, sendo que tais técnicas, tanto criadoras, quanto destrutivas, devem ser utilizadas obrigatóriamente em alguns momentos, com os chefes mais poderosos.
A jogabilidade como um todo é um primor, quase perfeita. Existe um probleminha em relação a jogabilidade que pode frustrar os menos desprovidos de habilidades nos dedos, ou aqueles que gostam de implicar mesmo. O game não possui um botão para “travar a mira” nos inimigos, desta forma, enquanto batalha contra os inimigos sem se utilizar do pincel, é possível errar ataques com alguma frequência até que se pegue o jeito da jogabilidade.
Tal falta na jogabilidade é algo minúsculo visto a inovação infinita que a “arte do pincel” trouxe ao game, entretanto tal falta não permite que a jogabilidade fique livre de críticas e que seja perfeita.
Durante o game é possível adquirir novos golpes para Amaterasu assim como novas técnicas para o pincel, entretanto cada qual tem suas maneiras próprias de evoluir. As técnicas para a utilização do pincel são aprendidas ao longo do game via ensinamentos de algo ou alguém para Amaterasu, enquanto para a “arte marcial” de Amaterasu é necessário ir acumulando experiência para tal.
Em Okami a maior fonte de experiência não está em matar tubos de adversários como o é tradicionalmente nos games, aqui a maior fonte de experiência está em cometer “boas ações”. Aqui o ideal é ajudar alguém com seus problemas e assim ganhar experiência a valer. Por exemplo, trazer de volta a vida de árvores mortas a pedido de alguém, ou trazer de volta a vida à campos floridos, sempre se utilizando do versátil “pincel mágico”. Tal meio de ganho maior de experiência é uma grande sacada dos produtores, pois se encaixa perfeitamente no sentido do game.
Ao progredir no jogo você terá como melhorar seus poderes, representados por signos do horóscopo chinês, e é necessário desenhar no céu formando a constelação de cada um deles. Ao encontrar esses seres que ajudam Amaterasu, há um breve tutorial de como funcionam estes novos artifícios, e vão desde as já citadas cortadas de espada, até poderes de fogo e vento.
Outro aspecto que brilha com louvor em Okami é o sonoro. Músicas extremamente bem compostas, que nos levam completamente para o ambiente retratado pelo game. Cada composição de Okami aparece no game na hora certa, com a mesma qualidade suprema sempre. Não me sinto empolgado com composições musicais em um game assim como o fiquei com Okami desde o saudoso Shenmue, para Dreamcast.
Outro aspecto interessante é a língua falada pelos personagens no game, o Gibberish. Algo semelhante (novamente) à Shadow of the Colossus para efeito de comparação/exemplificação.
Infelizmente, no aspecto sonoro temos mais um probleminha. Existe durante o game muita conversa entre os personagens, sejam principais ou não, entretanto a minoria dos diálogos esta dublada em Gibberish, ou seja, o resto são apenas textos de diálogos para se ler. E isso pode se tornar cansativo para alguns depois de certo tempo de jogo.
Apesar do jeitinho enganadamente bobinho de Okami, ele é um game de aventura bem grande para seu gênero. Serão necessários aproximadamente 50 horas de jogo para que o jogador possa finalizá-lo por completo, ou seja, terminando sua história principal e realizar todas as “side-quests” que Okami contém.
Entretanto, seu efeito replay se concentra mais na beleza e graciosidade do game do que verdadeiramente por desafio. Infelizmente Okami é um game que não trará em nenhum momento grandes dificuldades, ao contrário, é um game bastante fácil.
Mas, e isso é uma opinião totalmente minha, quem quer um game somente pela dificuldade que vá jogar Devil May Cry 3 ou Ninja Gaiden. Okami não precisa disso para ser o game imponente que é, e quem não consegue ver que Okami é facilmente um dos games mais brilhantes da história somente porque não xingou 2000 vezes um chefe porque apanhou dele até falar chega, sinto muito por você…
Tão notada é a não preocupação de seus produtores de fazer Okami um game com desafios extremos para o jogador, é a quantidade diminuta de batalhas que o game contém. Isso não o atrapalha em nada, pelo contrário, ainda o auxilia, pois dá a ele um tom muito mais artístico.
Conclusão: Um game com uma beleza única, com uma jogabilidade extremamente original e com um valor de produção inimaginavelmente alto (e com isso não digo financeiro, se bem que acho que me entenderam), Okami vem para se tornar um clássico instantâneo e uma obra de arte inquestionável no mundo dos jogos eletrônicos.
Verdadeiramente espero que não inventem de fazer uma continuação de Okami com fins comerciais. Espero que caso façam uma continuação, que seja algo que leve algum tempo e que venha para ser tão grande e imponente como seu predecessor, assim como Shadow of Colossus foi em relação a seu predecessor ICO.
Okami é simplesmente uma obra de arte!
Nome: Okami
Sistema: PS2
Desenvolvedora: Clover Studio
Ano de Lançamento: 2006
Nota da análise: 10/10
+ Visual único e fora de série
+ Uma jogabilidade extremamente criativa
+ Personagens carismáticos
+ Trilha sonora linda
+ Interatividade quase que plena com o cenário a volta do protagonista
- A grande maioria dos diálogos serem apenas textos sem dublagem
- Falta de um botão para “travar a mira” no inimigo
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