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quinta-feira, 7 de março de 2013

SNK vs Capcom: SVC Chaos


SNK vs Capcom: SVC Chaos – um bom crossover das gigantes de luta 2D dos anos 90!

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“Era uma vez” duas empresas que lutavam bravamente no mundo dos games por um título: o de maior empresa desenvolvedora de games de luta 2D. De um lado estava a Capcom com seus Street Fighters e Darkstalkers da vida. Do outro lado estava a SNK, com títulos primorosos, normalmente reunidos em seus games The King of Fighters.
Eis que um dia ambas resolvem se unir para fazer um game. A ideia de ver os personagens de ambas as franquias se enfrentando era maravilhosa.
Sendo assim, Capcom vs SNK é lançado para Arcades e Dreamcast, produzido pela Capcom. O resultado foi muito abaixo do esperado para um crossover deste calibre. Vendo o descontentamento dos jogadores a mesma Capcom lançaCapcom vs SNK 2: Millenium Battle, jogo que ficou muito melhor que seu antecessor, sendo considerado até então o melhor crossover já criado. Entretanto ainda faltava algo, pois Capcom vs SNK 2: Millenium Battle tinha cara de recauchutagem nos personagens da Capcom. Além disso, os personagens da SNK ficaram muito sem vida nos traços da Capcom. Vislumbrar uma versão feita pela SNK estava até ali fora de cogitação, pois a empresa havia falido.
Eis que a Playmore compra os direitos da SNK. Infelizmente, a mesma Playmore, começa a usar as franquias que adquiriu da SNK de maneira muito abaixo do esperado, com games como Metal Slug e The King of Fighters muito ruins. Vendo que haveria de fazer algo bom e chamativo, a SNK-Playmore teve uma ideia genial: criar seu próprio crossovercom os personagens da Capcom e da SNK.
E assim começa a história de SNK vs. Capcom: SVC Chaos…
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A hora da SNK
Bem, a “história” acima serve apenas para ambientalizar o leitor sobre uma época em que muitos sonharam ser a ”era de ouro” dos fighting games 2D, mas que infelizmente, não se mostrou assim tão dourada. Os crossovers Capcom vs SNK tem uma coisa em comum, que para os fãs da SNK era horrível: foram feitos pela Capcom.  Outra bronca dos jogadores para com estes crossovers, foi a falta de carisma do game, que teve, por parte dos personagens da Capcom, uma recauchutagem de personagens filha da mãe. E por parte dos personagens da SNK uma descaracterização violenta, deixando-os completamente sem vida.
Mas eis que a SNK-Playmore anuncia seu crossover. Os fãs ficaram muito entusiasmados com a ideia. Tão entusiasmados que até se esqueceram dos trabalhos horríveis que esta mesma empresa havia acabado de realizar.
O que se podia se esperar deste game provindo da SNK-Playmore?
Que o sistema de jogo fosse dinâmico, rápido, inteligente, equilibrado e que os traços dos personagens não fossem “aquilo” que a Capcom fez com seus crossovers.
Se a SNK-Playmore conseguiu fazer isso é o que veremos nesta análise.
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Hadouken pra lá, Razing Storm pra cá
O primeiro detalhe a ser percebido logo de cara em “SVC Chaos”, é o fator mistura de personagens. Personagens clássicos da Capcom e da SNK fazem sua obrigatória presença no game. Mas logo que vemos os personagens, percebemos as mudanças que a SNK-Playmore fez para agradar os jogadores.
Em primeiro lugar, diga adeus a qualquer recauchutagem de personagens. Aqui todos os personagens tiveram um trabalho único de caracterização e construção. Nunca veremos um personagem e teremos condição de comparar, ao menos no fator aparência e movimentação, com algum game anterior em que este apareça. Seja ele da Capcom ou da SNK.
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Por falar em personagens da Capcom, estes estão mais agradáveis do que nunca. Ryu e companhia ficaram muito bem no traço da SNK. Tais personagens têm muitos detalhes brilhantemente pensados e movimentação fera. Alguns tem poses de vencedores que nos remetem à épocas áureas dos mesmos, como o clássico “Street Fighter 2“. Não que a Capcom não tente fazer o mesmo em seus games, mas a SNK-Playmore fez isso de maneira muito mais nostálgica. Nesta caracterização dos personagens da Capcom, a SNK-Playmore está de parabéns. Ela fez o que a Capcom não conseguiu fazer com os personagens SNK: agradar.
Quanto a personalização dos personagens da própria SNK, o resultado foi tão brilhante como o feito com os personagens da Capcom. Ou seja, uma suave alteração na caracterização dos mesmos, mas sem perder a essência destes.
A SNK-Playmore fez um trabalho primoroso na caracterização dos personagens do game como um todo, mostrando um carinho enorme para com estes. Além disso, mostra o esforço da mesma no sentido de agradar os fãs de fighting games 2D como um todo.
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A quantidade de personagens do game é bem reduzida se for comparada com Capcom vs SNK 2: Millenium Battle, entretanto, existe um ditado que diz que não é a quantidade, mas a qualidade que conta. Se for assim, o game vai muito bem, pois a seleção é bacana. Aqui vai a listagem dos personagens regulares do game:
Do lado da Capcom, temos para a disputa: Ryu, Ken, Chun-li, Guile, Dhalsim, Gouki, Sagat, Vega, Balrog, M.Bison, Hugo e Tabasa. Destaque aqui para Sagat e Vega, baseados em suas versões de “Street Fighter 2″, onde são mais magros e, honestamente, muito mais legais.
Do lado da SNK temos para a batalha: Kyo, Iori, Mai Shiranui, Terry Bogard, Ryo, Choi, Kim, Shiki, Kasumi, Earthquake, Genjuro e Mr Karate. Destaque aqui para Shiki que vem de Samurai Shodown 3D do Neo Geo 64 e para Mr Karate, que desta vez vem com a máscara do eterno personagem de Art of Fighting.
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Além dos personagens regulares o game também apresenta personagens secretos. Os da Capcom são Zero, Demitai, Dan, Violent Ken e Shin Gouki. Destaque aqui para Zero de Mega Man. Destaque também para Violent Ken, que é uma versão “Orochi” de Ken. Um personagem muito bom de jogar, apesar de ser bem mais técnico que o Ken regular.
Os personagens secretos da SNK são Geese, Mars, People, Goenitz, Oroshi, Iori, Shin e Mr Karate (versão overpower). Destaque aqui para o retorno de Goenitz, chefe de The King of Fighters 96. Deataque também para o retorno do “imortal” Geese, que continua poderoso até o limite.
Nota-se que, do lado da Capcom, a maioria dos personagens provém do clássico Street Fighter, o que não é nenhuma surpresa. Já para o lado da SNK, houve a retorno ou o aparecimento de personagens que não os estrelinhas como Haohmaru, o que prova a versatilidade da SNK para com seus personagens. Na verdade a seleção de “SVC Chaos” é muito interessante e competente.
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E pra jogar?
Não existe game de luta que sobreviva, mesmo que com personagens interessantes, sem um bom sistema de batalhas. E é neste aspecto que o game da SNK-Playmore dá um couro no game da Capcom.
Além dos movimentos óbvios e básicos como ataque e defesa, “SVC Chaos” apresenta a clássica “rolada” de The King of Fighters, que serve para que o ataque do inimigo não o acerte, deixando o mesmo vulnerável para o contra-ataque. Outro recurso mais refinado para contra atacar um inimigo e o contra-ataque imediato. Nele, você usa um golpe do nível de hadouken ou shoryuken momentos antes do golpe do inimigo lhe acertar. Feito isso, seu personagem “brilha”, não é acertado e de quebra, o golpe aplicado por ele tem um poder de dano maior que o normal. Os movimentos de throw também estão diferentes, consumindo certa quantidade de barra de especial.
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Ou seja, acabou a festa dos jogadores que só realizavam throw moves durante uma batalha inteira. Por falar na barra de especial, os especiais também têm suas peculiaridades. Existem os “especiais comuns”, que precisam somente de um nível de barra de especial, barra esta que tem o máximo de três níveis. Além destes, existe o “especial supremo”, que necessita de que a barra de especial esteja em seu terceiro nível e que o personagem tenha menos de 25% de barra de vida. A barra de especial, ao chegar ao nível três, permite que o jogador use dois especiais simples, ou um especial supremo. Além disso, ao chegar ao nível três, a barra se torna vermelha e decresce. Ou seja, o jogador tem aquele tempo de barra de especial ainda ativa para executar tais ações especiais, sejam elas quaisquer que sejam. Tudo acima citado serve para tornar “SVC Chaos” um game bem mais equilibrado e estratégico.
Além disso, é importante ressaltar que o game rola em uma velocidade alucinante, o que obriga o jogador ter, além de estratégia e conhecimento dos atributos de seu personagem, destreza e reflexo durante as batalhas. Talvez a única coisa que faltou foi um modo de times, já que o game inexplicavelmente não possuei esta opção. As lutas sempre ocorrem um contra um, o que para a empresa que criou The King of Fighters é algo estranho…
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Visual 2D mas nem por isso feio!
Algo que infelizmente se nota é o desprezo crescente de jogadores ao visual 2D. Isso provém do advento dos “jogadores de Playstation”.
O que é isso?
Bom, são jogadores que somente sabem de algo de videogame por conta do Playstation. Sendo assim, essa “raça desprezível” de jogadores só sabem exaltar games 3D e desprezam totalmente as eras mais douradas dos games: 8 e 16 bits.
Com tal consideração feita, qualquer jogador que sabe direito o que é videogame em um âmbito geral e perfeito da expressão, sabe diferenciar o visual de um game 2D de outro game na mesma perspectiva. É para estes jogadores que faço tal análise sobre o visual de “SVC Chaos”.
O visual do game é muito competente no aspecto movimentação e uniformidade. O game rola bem solto e macio, sendo que todos os personagens tem o mesmo nível artístico e desenho, ao contrário de Capcom vs SNK, em que certos personagens pareciam estar disformes do game. Além disso, os personagens são muito bem animados. Não chega ao nível extremo de Street Fighter 3 Third Srike, mas isso não quer dizer que seja ruim, afinal SF3 é o ápice insuperável de movimentação 2D. Ou seja, em relação aos personagens e sua movimentação, o game dá uma aula de como se faz um game de luta em 2D.
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Entretanto, “SVC Chaos” não faz tão bonito assim em relação aos cenários do game. Todos em 2D, sem algum detalhe em 3D, os cenários neste game não tem nenhuma vida. Além de pobres em detalhes, não existe nenhum elemento de movimentação em destaque em nenhum deles.
Aliás, o game como um todo não apresenta detalhes em 3D. Mais uma vez ao contrário de “Capcom vs SNK”, a versão da “SVC Chaos” é 2D na integra. Tal fato dá um charme todo especial ao game, apesar da pobreza dos cenários.
Importante lembrar que o fato de os cenários não serem tão incríveis como se esperava, o visual em um contexto geral de “SVC Chaos” não é feio. Pelo contrário, é um visual bem competente, mas que para ficar perfeito precisava deste brilho a mais.
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Som que não acompanha a qualidade do visual
Infelizmente em um aspecto “SVC Chaos” fica devendo demais. A sonoplastia como um todo não é nada competente. Em primeiro lugar, os efeitos sonoros de golpes são praticamente nulos. No calor da luta, o jogador nem se lembra da existência deles. Aspecto esse que em um game de luta faz falta.
Outro aspecto ruim em certos termos é a dublagem equivocada de certos personagens. Enquanto Iori e Genjuro, por exemplo, tem ótima dramaticidade em suas vozes, personagens como Balrog e Terry tem uma dublagem sem nenhuma inspiração. Tal fato é estranho, pois se alguns são bons, porque nao exigiram de todos uma dublagem boa?
Enfim, o que importa é que essa questão é muito mal aproveitada em “SVC Chaos”.
O fator derradeiro da sonaplastia deficiente do game é a sua trilha sonora. Inexplicavelmente, a SNK tão competente neste aspecto deixou muito a desejar, compondo músicas que, assim como os efeitos sonoros da luta, podem ficar facilmente despercebidos durante o calor da batalha. Aqui, ao menos duas músicas são boas: a do cenário “Nude Palace” e a do cenário “Station Obsolete”. Tirando essas duas músicas, todas as outras são absolutamente dispensáveis.
Conclusão: No fim das contas “SVC Chaos” é um game que mostra como ser competente nos aspectos técnicos de um game de luta 2D, pois tem uma jogabilidade fera e uma seleção de personagens inspirada. Por outro lado, é um game que peca em algo que a própria SNK sempre fez com maestria: cenários pobres em demasia e sonoplastia com muito mais baixos do que altos.
Enfim, apesar de ser o melhor crossover entre SNK e Capcom, muita gente não deve ter gostado do game por causa destas limitações. O que SVC Chaos precisava era mais uma chance de consertar tais falhas, assim como Capcom vs SNK o teve. Pois se assim o tivesse, aí sim poderia ser considerado por muitos o melhor game de luta 2D de todos os tempos.
Nome: SNK vs Capcom: SVC Chaos
Sistema: PS2, Xbox, Neo Geo
Desenvolvedora: Playmore
Ano de Lançamento: 2003
Nota da análise: 7/10
+ Jogabilidade destruidora.
+ Boa lista de personagens.
+ Os personagens da Capcom no traço estilizado da SNK ficaram excelentes
- Serrilhados indesejáveis em algumas partes.
- Sonoplastia muito deficiente.
- Ausência do sistema de batalha três contra três
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Um comentário:

Unknown disse...

A análise foi legal... Mas puxou muito pro lado do SvC, vendo que é inegável que o Cvs2 É um jogo mais rico, independente do gosto(Eu prefiro SvC, por exemplo).
A análise de gameplay foi horrível, cheia de erros. MAX Mode, por exemplo, é um estado em que você pode realizar Special e Super cancelamentos, como também executar Super golpes enquanto ainda estiver ativa, os ''Supremos''(EXCEEDs) não tem relação com a barra, estão ligados diretamente ao HP, se o HP está em 50% ou menos, se pode fazer um EXCEED, mas é 1 por luta.
A análise dos cenários foi outra péssima, claro que é questão de opinião se gosta ou não, mas... Sem detalhes? Olha a Station Obsolete, o lugar tem um detalhismo absurdo, quase todas as fases também tem um contexto legal, quando não é o caso, são no mínimo bonitas ou bem-detalhadas o suficiente para se apreciar o trabalho-- ''Ah, mas não tem vida nenhuma nos cenários'', SvC Chaos é um mundo quase vazio e caótico onde os lutadores tem que sair vivos, é o conceito mesmo do jogo, repare que todos os cenários dão uma impressão meio triste, vazia, apocalíptica.
Sobre a música, opinião também, mas eu acho que as músicas de Crystal Shrine, Guardian Dogs Temple e Athena's Holy World muito boas, inclusive muito melhores que Nude Place e Station Obsolete. As músicas das endings são todas de ótima qualidade também... Mas como eu disse é só opinião. Concordo sobre os efeitos sonoros serem ruins, mas tudo no jogo tem um clima meio sério e silencioso demais... Isso me agrada MUITO.
6/10 na análise, 7/10 pro jogo, também.

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